segunda-feira, 25 de junho de 2007

INFÂNCIA I

Infância I (Fábio Terra)

Nasci ao meio dia no dia de São Francisco,
Desde o começo correndo risco, calor suor
Escorreguei da mão do médico preocupando minha mãe
Desde o primeiro segundo.

Fui pego no ar preso pelo cordão umbilical,
Já era natural, Bungie Jump.
Como manda o figurino fui mandado ao berçário,
Coisa chata, sem agitação, jogava meu cobertor azul no chão,
Só pra pode ver a enfermeira vir me enrolar.

Fui uma criança comportada, daquelas que tomava gemada,
Talvez daí venha uma incerta revolta, ninguém come chuchu por que quer,
Toda manhã me chamavam e eu via aquela colher com sua gosma amarela, sem graça
E sem graça, comia mesmo na raça.

Meus amigos, oras quem tem amigos antes dos quinze,
Principalmente em colégio de padres onde não se pode conversar.
Mas me lembro que de onde morava podia se escutar a banda marcial tocando todos os domingos, rítimos cordiais e marcantes.
E até hoje me lembro de todas as melodias junto com céu azul que iluminava a minha infância.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

DEIXA.

DEIXA (Fábio Terra)

Deixa eu te amar, como ninguém te amou,
Deixa eu beijar, como ninguém te beijou,

Deixa eu sujar teus ouvidos com os meus elogios,
Deixa eu jogar os meu s beijos no teu destino.

Deixa eu pegar na tua mão, pra te mostrar o céu
Pra te desenhar com os meus lápis Faber-Casttel
Deixa eu esquentar o seu coração tão frio,
Pra te mostrar a minha coleção de Playmobil.

Deixa eu sujar teus ouvidos com os meus elogios,
Deixa eu jogar os meu s beijos no teu destino.
Música gravada por Jerry Espíndola, no CD Vértice

BEIJANDO NA BOCA, O LIXO.

Beijando Na Boca, O Lixo (Fábio Terra)

Como poderá o animal que me habita
Cuja mágica forma, não explica,
Tal desenho nebuloso que sem prumo rabisca.

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão sempre promíscuo.

Mais forte que sentir medo
É o desejo de controlá-lo,
Expulsa-lo, de minha alma expurgá-lo

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão sempre ofensivo.

A esfera intacta de meu alento
Como numa noite de putas sem nomes
Procuro atento o orgulho que me engole
Sufocado pelo ar.

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão muitas vezes triste.

Minha vida é assim
Doida para você, necessitante para mim.

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão muitas vezes sem fim.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

MELISSA VAI À ESCOLA

Melissa Vai À Escola (Fábio Terra)

Andando em passos miudinhos, porém certos,
Sorrindo altivamente, de uniforme como manda a tradição
Lancheira na mão, mãe com aperto no coração,
Esperando o sinal tocar.

Andando em passos miudinhos, porém decididos,
Olhando os aviões que passam silenciosamente, batendo asas,
Lancheira na mão, pai escondendo a emoção,
Esperando o sinal tocar.

O caminho curto, para seus passinhos miúdos,
Um novo tempo, uma nova hora
Agora, os passos largos da vida escolar,
Esperando o sinal tocar.

Cabelo no rosto preocupado em ser curioso,
Sorriso sério, mundo estranho, papai não quer te deixar!
Mas é preciso a estranheza compreender e com ela brincar,
Esperando o sinal tocar.

Novos amigos, professora de braços abertos,
Uma aceno sem graça, papai e mamãe bobocas com o coração na mão,
E assim com se fosse a dona da vez, a dona da bola,
Melissa vai à escola.