segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ESCARRO

Escarro ( Fabio Terra)

À patavina com tua ignorância pérfida
Queria poder cuspir na tua cara
Mas até o meu escarro tem amor próprio

Eis que o teu anseio pelo colo falso
Traz o veneno bobo da infância, que juras ter saído
Queria poder cuspir na tua cara
Mas até o meu escarro tem dividas com o juízo

És bem querida? Benquista e afortunada?
Sabes de tudo e  é sempre tão  perfeita
Apenas diante do espelho,
Que lustras com tua empáfia

Queria poder cuspir na tua cara
Mas até o meu escarro sente náuseas

sábado, 5 de janeiro de 2013

ÓPERA BUFA

Ópera Bufa (Fabio Terra)

 Não existe certeza para o pai,
Não existe o orgulho de ver o homem feito
E dele dizer, -“é como à mim”
De certeza só a que é apenas um doido, um louco qualquer.

Louco onde sua religião é a agressão gratuita,
as palavras venenosas
Os punhos cerrados, os dentes trancados
E a conta sempre muita cara.

Filho  como  esse talvez ninguém mereça
Mesmo  que ame todos os defeitos do  pai
E dele diga com  orgulho juvenil - “sou igual à ele”

E a noite termina como  em uma ópera bufa,
Onde a dramaticidade cafona, impera,
Em um palco sem luz, sem roteiro e sem talento dos atores
Todos canastrões.