quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

EU NÃO SEI MENSURAR


Eu Não  Sei Mensurar (Fabio Terra)

Eu não sei mensurar o amar,
só sei que quem ama
olha para a outra pessoa na cama,
e saboreia o respirar.

Eu não sei mensurar o amor
Só sei que quem ama
olha a pessoa na cama
e rouba um beijo com calor.

Eu não sei mensurar a paixão
Só sei que quem é apaixonado
respira lado à lado para esquentar 
ainda mais o verão.

domingo, 22 de dezembro de 2019


FOGO  E GASOLINA (Fabio Terra)

Que raiva eu tenho de você
Todo dia um grito no escuro
A sua falta de paciência pelo obscuro
Me faz perguntar porque tenho que te merecer.

Seria mais justo ir embora desse mundo
E dessa perfeição que você insiste em procurar
Se me falta atitude, mesmo sendo a atitude a minha maior virtude,
Que poema me resta entoar.

Teria espaço pro meu planeta nos seu mundo?
Os anjos perfumam o ambiente e te protegem
E a minha maior atitude é a minha coragem
Enfrentando o mundo de lá sem medo
Dando porrada no mundo de cá
E isso  não é um segredo!

Sou um bruxo e não me dou o luxo
De te soltar um feitiço ruim
Porque apesar de ter raiva de você
Eu te amo mais do que o fogo ama gasolina.



sexta-feira, 20 de dezembro de 2019


O VÉU  (Fabio Terra)

Ao tintilar das estrelas no  céu
Me pergunto  de onde venho
Olhando para o rosto dela através do  véu
Sonho  com aquilo  que não tenho

Navegando no  ardil da inquietude
Minha ânsia  busca uma fuga
Entre seu  olhar  fresco como  a juventude
Onde meu coração exílio se entrega sem luta

Fujo  para dentro e um pacto  faço
De sofrimento não vou mais me alimentar
Mas me embriagar de alegria sim,
Num rompante devasso

E se o  véu  que cobre o meu  desejo
Nunca revelar a boca com que sonho
Eis que surgirá em mim, o  Sátiro
Que a acordará do sono  enfadonho.




BALADA DA GAROTA ANDARILHA (Fabio Terra)

Entre o gole que me entorpece
Olho  o seu  sorriso como  um dopante
Na noite onde, eu,  exilado  em confusão.
Era você que me fez olhar  como
Ecoava lentamente a celebração  do  domingo.

O  vento nos seus cabelos pretos,
Com seus olhos fechados,
Que perguntavam amenidades passageiras
Entre sentimentalidades do passado

A velocidade com que a rua passava
Anestesiaram meus sentidos,
olhando seus lábios fogo e sua veste negra
como a noite.

E de súbito uma brisa noturna e fria abraça
O  nosso abraço  de despedida,
Como  um laço de um presente singelo e simples.
Pra você mudar de América novamente
Levando um domingo na lembrança como presente.




terça-feira, 17 de dezembro de 2019


A Queda (Fabio Terra)

Em um estalo inoportuno
Os olhos vêm o céu, Azul Manhã.
O corpo cai e não acredita
O abafado estampido mostra ao chão
O Vermelho Sangue do crânio partido.

Medos, pecados mal resolvidos,
E um choro entalado, fazem da cena
Um pequeno carnaval para quem é curioso,
Enquanto o corpo, ali sente a paralisia.

Sirenes ecoando distantes, provam ser música.
O corpo mexe, braços, pernas e coração
Os olhos vidrados indicam, medo, suspense
De um corpo com medo e bufão

Orgulho tão ferido quanto o crânio
Sutura-se a carne, mas não o espírito nem a alma
Que ainda lembrando do Céu Manhã
Manchado pelo sangue vivo,
nas minhas mãos e agora também os meus pesadelos.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019



O Chute (Fabio Terra)

O chute que precede o gozo
Faz rir o bobo que investe
No batismo de fogo.





Filho Daquela (Fabio Terra)

Frutos de amores pagos
De paixões compradas em esquinas sujas
Não me encham o saco
Não provoquem minha ira estúpida.

Acomodem em seus rabos
Todas as injúrias,
Todas as suas verdades absolutas.

Engulam a arrogância, suportem a consciência
E sejam apenas aquilo que a vida lhes deu,
Sejam apenas, filhos da puta.


A Boca (Fabio Terra)


Boca que come,
Que como com os olhos
Querendo os lábios
A me dar água na boca

Boca que beija
Que quero morder
Querendo dos lábios
O sangue paixão

Boca que me abraça o falo
Que me excita
Que deixa louco, entorpecido
E me faz emudecer!