Angústia Desaprisionada (Fabio Terra)
Angústia desaprisionada!
Me é chegada a hora do grito,
Que sai, não antes sem força
Que não repara em nada.
E faz pouco caso do rito.
Aos berros me entrego,
Ao desespero da tristeza inundada.
Do Céu Clarizul, memórias passam,
Onde as vejo, apenas no meu coração,
Sinto as pálpebras cerradas.
Céu Azul Sem Vida,
Quero me jogar em sua imensidão
Flutuar, me dopar virar nuvem no ar
Quero encontrar minha voz perdida
Assim como um feto encontra o oxigênio dolorido.
Em sua primeira palavra, em seu primeiro grito.
De joelhos esfrego minha carne na terra.
Deixo feridas leves despercebidas em meu rosto
Passam como leques de desanveturas de minha vida
Meus gritos que ecoam por entre os meus gastos ossos,
Me entrego, assim, à loucura.
Levanto os braços para o Azul Céu Com Força.
Que não me leva ainda dessa vez.
Deitado ao beiral da histérica raiva
Choro, grito, então, descanso no calor do chão
Que me afaga a têmpora covarde e triste.