O Vinho Do Alcaide (Fábio Terra)
Ergamos as taças com vinho barato
À todos aqueles que se julgam nobres
Que comem com as próprias mãos
E não se enxergam nos peixes de sangue frio.
Tomemos o vinho barato da garrafa relíquia
E com classe deixemos o nosso hálito envinagrado
Curtido pelo azedume da arrogância hereditária
Que maltrata a vida e deixa o homem estragado.
Vamos contemplar o estúpido mentecapto
Pelas suas posses reluzentes em ouro e prata
E seus sapatos limpos como o seu corno
Vaga idéia que se vai a cada palavra insustentável.
Deixe-me, me despir dessa poeira galanteadora
Colocar meus pés no chão
Sem sandálias
Sem rumo
Sem ouro ou luz
Sem alarde do Alcaide.
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
segunda-feira, 10 de dezembro de 2007
O MUNDO QUE ME CERCA.
O Mundo Que Me Cerca (Fábio Terra)
Fui pego desprevenido certa vez
E comigo uma lista de cuidados proibidos
Mensagens ocultas entalhadas no cacto
Que por minha estupidez
Achei que os espinhos poderiam proteger.
Segue minha lista de embaraços:
1 espelho, pura alegoria carregado por vaidade
2 lâminas pra cerrar as sobrancelhas
1 carretel de linha sem uso
Meu livro preferido
1 panela para barulho fazer
Minha foto preferida de você
1 pinico expandido azul celeste
Minha pá pra enterrar o passado.
Tive que partir sem nada, só com imediatas lembranças,
Mundo externo estranho,
Bebi água no cocho do rebanho
Descalço começei caminhar.
As Lesmolisas já na frente estavam
Bicho estranho, rasteja sem marcar a terra,
Já eu bicho ignóbil descerebrado
Caminho marcando o chão
Sempre em passo desacelerado.
Como bosta, que o mundo “cerqueia”
Fui pego desprevenido certa vez
E comigo uma lista de cuidados proibidos
Mensagens ocultas entalhadas no cacto
Que por minha estupidez
Achei que os espinhos poderiam proteger.
Segue minha lista de embaraços:
1 espelho, pura alegoria carregado por vaidade
2 lâminas pra cerrar as sobrancelhas
1 carretel de linha sem uso
Meu livro preferido
1 panela para barulho fazer
Minha foto preferida de você
1 pinico expandido azul celeste
Minha pá pra enterrar o passado.
Tive que partir sem nada, só com imediatas lembranças,
Mundo externo estranho,
Bebi água no cocho do rebanho
Descalço começei caminhar.
As Lesmolisas já na frente estavam
Bicho estranho, rasteja sem marcar a terra,
Já eu bicho ignóbil descerebrado
Caminho marcando o chão
Sempre em passo desacelerado.
Como bosta, que o mundo “cerqueia”
SORRISOS.
Sorrisos (Fábio Terra)
Sorrisos, sorrisos, sorrisos,
Sorrisadas sorridas ao vento
Que vai passando devagar e comprido.
Onde estava o afortunado,
Que ganhou o sorriso daquela bela,
Sem ter que fazer força,
Sem ter que dizer o seu próprio nome.
O que ele tem de diferente
Seria o olhar, reto e quente
Seria o sorriso trancado com dentes
Mas o que o afortunado tem de diferente
A não ser um sorriso
Também como o meu cheio de dentes.
Sorrisos, sorrisos, sorrisos,
Sorrisadas sorridas ao vento
Que vai passando devagar e comprido.
Onde estava o afortunado,
Que ganhou o sorriso daquela bela,
Sem ter que fazer força,
Sem ter que dizer o seu próprio nome.
O que ele tem de diferente
Seria o olhar, reto e quente
Seria o sorriso trancado com dentes
Mas o que o afortunado tem de diferente
A não ser um sorriso
Também como o meu cheio de dentes.
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