domingo, 18 de novembro de 2012

QUERO

Quero (Fabio Terra)

Quero a boca na nuca, a lingua nos lábios,
quero um beijo forte e febril com gosto  ácido,
quero voar entre o seu abraço.

sábado, 8 de setembro de 2012

O VERME

O Verme (Fabio Terra)


Sou o verme preso ao escuro cósmico telúrico
Rastejo atrás da seiva, alimento para minha vida
sem alma.

A podre carne das chagas plebeias
já me serve de entrada,
Esperando pelo preparo da chuva,
molhando a carne junto  ao  calor da terra
que acelera o  seu cozer.


Bactérias se manifestam, vindas  sem convite
para o banquete,
Glutonas não perdoam
boca, nuca, peito, membros, o corpo, o  homem.

Cego sou, não  vejo os outros vermes.
todos com fome,
Começa a guerra começa a glutonia
devo  lutar, devo investir, não há monotonia
Quero o meu pedaço,
Intestino, estomago, vísceras, baço
Quero mastigar, por à mostra a gula


Micróbios chegam até ao  banquete,
Luxuriantes sodomitas, buscam o seu  prazer
onde o  sátiro  exalta a vida  e mastigam com calma
 sabor antisacro.

Perco mais uma chance, chego ao encéfalo
e então corro até a fauna cavernícola do crânio
Onde me delicio com alucinações vorazes,

Paladar contínuo que vicia,  então continuo, 
encontro com lobo  frontal, o rasgo  do  corpo  caloso,
chego ao  cerebelo e mastigo  tudo  antes dos outros
Até chegar  à arvore da vida, que  ali  diante de mim
é devorada no morto corpo.


As asas negras das moscas chegam,
Irão pousar  pra dar  criadouro às suas crias
O clima é propício para a gestação
os ovos explodirão e nascerá a nova geração.

Minha vida verminal continua,
através do negro cósmico da terra,
até encontrar outro  corpo.
Podre pelo  sangue humano, imerso nos males d’alma


domingo, 19 de agosto de 2012

UM BEIJO , UM ADEUS

Um Beijo, Um Adeus. (Fabio Terra)

Quase às vésperas incendiárias,
Das várias mortes anunciadas
Os  despojos de quem mais amaste
Pedindo pra abandonar com despedidas,
Áridas de verdade.

Os lábios se encontram, molhados
emoldurados pelo abraço dos amantes
em vão, na tentativa de uma última vez
prosseguirem atados pelo pecado da loquaz serpente.

Um aceno  se segue, último  adeus, e à Deus se pede
Que dure para sempre a minha fulgaz paixão,
De mãos dadas à bíblica paciência.

Nos vemos na escuridão, quem sabe no último vagão,
naquele onde a emoção fala mais forte,
igual quando o coração bombeia o sangue
tal qual a força de uma bomba H.




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

sexta-feira, 6 de julho de 2012

SUPER HERÓI

Super Herói ( Fabio Terra)  

Não  tinha sorte como herói,
E como se Coca fosse Kriptonita
Fazia tudo errado, fazia tudo  que irrita

Seu traje não  tinha capa
Só uma camiseta encardida
Então fazia tudo de errado, fazia tudo  que irrita

Não tinha super poder, não tinha  nada!
Apenas a solidão de uma noite calada
Então gritava, tudo de errado, falava tudo que irrita
 
E sentado na cadeira olhando o tempo envelhecer
Como se Coca-Cola fosse Kriptonita
Usava a mão direita
E fazia tudo de errado, tudo que irrita


quarta-feira, 27 de junho de 2012

ANTES QUE NOSSAS ASAS SE CANSEM

Antes que Nossas Asas Se Cansem (Fabio Terra)

Antes que nossas asas se cansem
Vamos nos dopar, flutuar
Virar nuvem no ar

Através dos baluartes do céu
A alva branda em céu de brigadeiro
"E Deus criou o vento
Pra pentear os seus cabelos"

Traz vento, a excitação!
E, vamos nos dopar
Flutuar
Virar nuvem no ar

domingo, 17 de junho de 2012

VENENO CROMÁTICO

Veneno Cromático (Fabio Terra)

Não sou preso a nada
Nem à roupa nem à alma

O sangue que passeia pelas minhas veias
Leva o veneno até meu coração,
Que enfurecido bombeia pra cabeça

O colorido dolorido da culpa
Sem solução.