sexta-feira, 25 de maio de 2007

O VENTO DAS BOAS NOVAS.

O Vento das Boas Novas (Fábio Terra)

O vento das boas novas veio me avisar,
Que tudo, um dia, iria mudar,
Eu como um tolo com sorriso largo, me pus a acreditar,
Que tudo, tudo realmente iria mudar.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra me acalmar.

Noite escura, pra mim é sempre dia,
Não tenho certeza se todos os loucos são mesmo filhos de Deus,
Indago o meu próprio ser, o meu próprio eu,
Eu tomo uma aqui, eu uso outra ali,
Mas, nunca sei aonde vou cair.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra me ouvir.

Eu tenho as feições de um estúpido,
Entalhadas bem na minha cara,
Para esconder, talvez, meu jeito brilhante, arrogante,
Confundindo os seus temores.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra tirar as minhas dores.

Como um surdo e insensível andei,
Procurando desculpas em uma manhã madrigal,
Tão cansado estou, que nem o sol consigo ver,
E o vento que bate em meu rosto não consegue me acordar.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra me segurar.

2 comentários:

Naty disse...

Angústia, desilusão, carência
Sempre presentes em algum momento de nossas vidas
Adorei o poema Corvo
Parabéns

Fábio Terra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.