quinta-feira, 26 de setembro de 2013

FUGA

Fuga (Fabio Terra)
 
 
Mesmo que a estrada me leve,
Para caminhos desconhecidos
O meu coração continua parado
Nessa estação.
 
Gritando e precisando do seu sorriso,
Do seu abraço e da sua paixão.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O GATILHO E O CÃO


O Gatilho e o  Cão (Fabio Terra)

E a cada hora que passa
O tambor parece mais excitado
 esperando o  dedo
Para que tristeza puxe o  gatilho
E o  cão faça o resto

quarta-feira, 10 de julho de 2013

CARTA PARA JULIETA

Carta Para Julieta  (Fabio Terra)

Tira-me qualquer coisa,
Menos o direito de te amar
Que é como se me tiraste o ar

Tira-me do  sério
Toda vez que olhos para seus olhos
De súbito brota a alegria.

Sua alegria agora um pouco  cansada
Assim como  os meus olhos
Assim como  a minha saudade


Queria que a Terra parasse
Para que em apenas um beijo me redimisse
Das outrora atitudes deste grosseiro que te ama

 
Seu  sorriso e seus olhos
Serão minha espada.
Para enfrentar a minha ignóbil e patética mediocridade

Eis que o  meu jeito involuído
Será extirpado de minha carne
E minha nau agressiva será coberta de amor

Tira-me qualquer coisa,
Menos o direito de te amar
Que é como se me tiraste o ar

Acredite cegamente,
Que o  homem rude também pode mudar
E por você, minha flor, pra que o grosseiro possa mudar
Basta o verdadeiro amor , e isso sobra-me.

 
Ah! Minha doce flor, não  tire de mim
Teu  sorriso e nem teu  abraço
Mesmo  que esse inverno seja mais frio

Tira-me qualquer coisa,
Menos o direito de te amar
Que é como se me tiraste o ar
E quem se ele eu  de súbito morreria

 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

SORRISOS

Sorrisos (Fabio Terra)

Só  o que me faz sorrir,
é o sorriso dela com o
sorriso deles.

terça-feira, 18 de junho de 2013

QUERO


Quero (Fabio Terra)

 
Quero , qualquer tipo de arma
Quero vontade de entrar em qualquer luta
Quero a coragem e uma voz forte pra gritar bem alto
Filho da puta

 
Quero , dessa noite o escracho
De você um forte abraço
E do seu coração, eu quero um pedaço

 
Quero, a raiva dos imperfeitos
Cinqüenta centavos e a vergonha de ser brasileiro
Quero, poder andar me sentindo gente
E alguma bomba que me traga  paz!

 
Quero , dessa noite o escracho
De você um forte abraço
E do seu coração, eu quero um pedaço

 
Quero , poder cortar os meus pulsos
Quero  mostrar meu  sangue vermelho  vivo, pra quem é careta.
Quero, poder voltar a ser criança
Onde  a violência era apenas um brinquedo.

 
Quero , dessa noite o escracho
De você um forte abraço
E do seu coração, eu quero um pedaço
 

 

quarta-feira, 12 de junho de 2013

SALIVA NO CHICOTE

Saliva no  Chicote  (Fabio Terra)

Que gosto  tem o  couro
se não  o de pele curtida
Conjurei a imagem distorcida
para morder na minha agonia.
E esquecer  as pragas,
para me afogar em tesão enquanto lambia

O VÉU

O Véu (Fabio Terra)

Ao tintilar das estrelas no  céu
Me pergunto  de onde venho
Olhando para o rosto dela através do  véu
Sonho  com aquilo  que não tenho

 
Navegando no  ardil da inquietude
Minha ânsia  busca uma fuga
Entre seu  olhar  fresco como  a juventude
Onde meu coração exílio se entrega sem luta

 

Fujo  para dentro e um pacto  faço
De sofrimento não vou mais me alimentar
Mas me embriagar de alegria sim,
Num rompante devasso

 
E se o  véu  que cobre o meu  desejo
Nunca revelar a boca com que sonho
Eis que surgirá em mim, o  Sátiro
Que a acordará do sono  enfadonho.


 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

PAIXÃO

Paixão (Fabio Terra)

Os cabelos dourados e selvagens
fazem sorrir por dentro, o  falo,
Os olhos garços como  a cor do  mar bravio
me convidam para a ventura, sem volta.

 
A boca vermelha de paixão
Me convida para a noite cheia de carícias
Delicias da vida sátira,
Regada à vinho e elogios sujos que nos dão prazer

 
O  teu  dorso exposto ao  ataque
Tua anca indefesa ao  meu  carinho
Teu cansaço jogado  em meus braços
Movimentos que nos fazem esquecer,
                                                       Da vida passiva.

 
Apertas o  lábio e se faz escorrer
entre pensamentos impróprios
paixão, tesão, músculos e prazer.

terça-feira, 7 de maio de 2013

DIA A DIA

Dia a  Dia (Fabio  Terra)

Cada dia mais desanimado, cada minuto  mais triste,
cada segundo com mais raiva, com o pulso acelerado,
e os argumentos em riste.
 
A cada instante com o  coração  mais endurecido
A cada momento com mais tristeza, e com o pulso cerrado
Por trás dos olhos cada vez mais cansados.
 
Cada noite mais acelerado, cada gole mais irresponsável
Surge, assim, cada vez a  palavra mais acida,
Cada vez mais sem amigos.
                                                  - Não  me importo.
 
Cada dia com mais certeza
Cada certeza mais hipócrita
E a hipocrisia cada vez mais culta
 
E eu  um ignóbil cínico
Cada dia mais idiota.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O ARROGANTE DA RUA

O Arrogante Da Rua ( Fabio Terra)


Sou arrogante, mesmo diante da queda
Há quem me compare a um cão,
Que late sem chamar atenção
Obnóxia tentativa da simples visão

 
Sou  arrogante, mesmo diante da pressão.
Não serão  duas palavras, que mudarão
A esquadra que armo contra o bom mocismo
Cuspindo injurias e verdades absolutas

Sou  Arrogante mesmo
Descendo  a rua cheio de razão
Latindo a esquisitíssima prosódia
Que antes eram canções e hoje são  risadas

Sou arrogante mesmo
E de noite, vou gozar, ébrio de vício,
No sombrio bazar do meretrício,
O cuspe afrodisíaco das fêmeas.

 


 

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

ESCARRO

Escarro ( Fabio Terra)

À patavina com tua ignorância pérfida
Queria poder cuspir na tua cara
Mas até o meu escarro tem amor próprio

Eis que o teu anseio pelo colo falso
Traz o veneno bobo da infância, que juras ter saído
Queria poder cuspir na tua cara
Mas até o meu escarro tem dividas com o juízo

És bem querida? Benquista e afortunada?
Sabes de tudo e  é sempre tão  perfeita
Apenas diante do espelho,
Que lustras com tua empáfia

Queria poder cuspir na tua cara
Mas até o meu escarro sente náuseas

sábado, 5 de janeiro de 2013

ÓPERA BUFA

Ópera Bufa (Fabio Terra)

 Não existe certeza para o pai,
Não existe o orgulho de ver o homem feito
E dele dizer, -“é como à mim”
De certeza só a que é apenas um doido, um louco qualquer.

Louco onde sua religião é a agressão gratuita,
as palavras venenosas
Os punhos cerrados, os dentes trancados
E a conta sempre muita cara.

Filho  como  esse talvez ninguém mereça
Mesmo  que ame todos os defeitos do  pai
E dele diga com  orgulho juvenil - “sou igual à ele”

E a noite termina como  em uma ópera bufa,
Onde a dramaticidade cafona, impera,
Em um palco sem luz, sem roteiro e sem talento dos atores
Todos canastrões.