Santos Barões (Fábio Terra)
Ricos Barões que tomam minha terra,
Mestres e oficiais do tesouro,
Magistrados que detêm as leis,
Todos campônios ignaros.
Quanta eloqüência de tais parlapatões,
Estúpida inteligência de gosto duvidoso,
E falam dos criminosos,
Como se não conhecessem a própria linguagem,
Mas tão pérfida é minha língua,
Que até agora protege minha preguiça,
Pois nesse Estado catártico também sou Barão,
Com meu corpo mais ocioso que um sapo.
Ora, ora, falsos Barões eleitos pelo povo Ignóbil,
A mão que empunha a pena que escreve as leis,
Equivale à mesma que guia o arado, esquecido de lado.
Mãos sujas no Senado! nunca existiram,
Emplumados lavam suas mãos,
O fantasma de Pilatos os protege
Mãos sujam de terra, no Senado, nunca existiram
O fantasma de Pilatos os proíbem.
E viva as luzes da ganância de nossos baroezinhos,
Viva a cólera, a luxúria, magnífica luxúria,
Viva, sobretudo a mentira e a preguiça.
Repugnam os criminosos, com sua honradez à mendicidade
Como se eles próprios santos fossem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário