terça-feira, 11 de dezembro de 2007

O VINHO DO ALCAIDE.

O Vinho Do Alcaide (Fábio Terra)

Ergamos as taças com vinho barato
À todos aqueles que se julgam nobres
Que comem com as próprias mãos
E não se enxergam nos peixes de sangue frio.

Tomemos o vinho barato da garrafa relíquia
E com classe deixemos o nosso hálito envinagrado
Curtido pelo azedume da arrogância hereditária
Que maltrata a vida e deixa o homem estragado.

Vamos contemplar o estúpido mentecapto
Pelas suas posses reluzentes em ouro e prata
E seus sapatos limpos como o seu corno
Vaga idéia que se vai a cada palavra insustentável.

Deixe-me, me despir dessa poeira galanteadora
Colocar meus pés no chão
Sem sandálias
Sem rumo
Sem ouro ou luz
Sem alarde do Alcaide.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O MUNDO QUE ME CERCA.

O Mundo Que Me Cerca (Fábio Terra)

Fui pego desprevenido certa vez
E comigo uma lista de cuidados proibidos
Mensagens ocultas entalhadas no cacto
Que por minha estupidez
Achei que os espinhos poderiam proteger.

Segue minha lista de embaraços:
1 espelho, pura alegoria carregado por vaidade
2 lâminas pra cerrar as sobrancelhas
1 carretel de linha sem uso
Meu livro preferido
1 panela para barulho fazer
Minha foto preferida de você
1 pinico expandido azul celeste
Minha pá pra enterrar o passado.

Tive que partir sem nada, só com imediatas lembranças,
Mundo externo estranho,
Bebi água no cocho do rebanho
Descalço começei caminhar.

As Lesmolisas já na frente estavam
Bicho estranho, rasteja sem marcar a terra,
Já eu bicho ignóbil descerebrado
Caminho marcando o chão
Sempre em passo desacelerado.

Como bosta, que o mundo “cerqueia”

SORRISOS.

Sorrisos (Fábio Terra)

Sorrisos, sorrisos, sorrisos,
Sorrisadas sorridas ao vento
Que vai passando devagar e comprido.

Onde estava o afortunado,
Que ganhou o sorriso daquela bela,
Sem ter que fazer força,
Sem ter que dizer o seu próprio nome.

O que ele tem de diferente
Seria o olhar, reto e quente
Seria o sorriso trancado com dentes

Mas o que o afortunado tem de diferente
A não ser um sorriso
Também como o meu cheio de dentes.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

TODOS OS DIAS VOCÊ BRILHA PARA MIM.

Todos os Dias Você Brilha Para Mim. (Fábio Terra)

Quando a vejo no teu Sono Preguiça,
Observando, fico, em cada centímetro do teu corpo
a minha paixão.

É difícil dizer-te que te amo
Mas é ébrio sentir a palpitação do meu coração,
Como em uma oração rotunda do amor.

A razão não permite te tocar, minha Alva Rainha,
Mas a inconseqüência dos amantes
Obriga-me a roubar–te um beijo,
Na madrugada de todos os dias.

É difícil dizer-te te amo,
Fácil é olhar por dentro,
De teu sono tão puro,
Dilatada exaustão isotópica.

Vivendo o poder de viver,
O resto de nossas vidas lado a lado,
Acordado te olhando, amando e vigiando teu sono.

Haaa! Como amam os vitoriosos,
Por terem contigo, a mais bela das estrelas,
Transbordando a inatividade do meu ócio,
Brilhando todos os dias, só para mim.



Para Jane

sábado, 29 de setembro de 2007

BRINCANDO DE FAZER NADA.

Brincando de fazer Nada. (Fábio Terra)

Inquieta atitude quieta nutrindo o olhar,
Explode na íris figuras do presente, vista no chão,
Pensamento voa em velocidade acelerada,
Sapato na mão, o Passado de sorriso largo,
E o Futuro de abraço aberto de estendida, a mão.

Enquanto os dedos não cambaleiam,
De cansaço do coração preguiça,
Não deixa cair o scarpin no afã desse átimo atemporal,
Descansa a mente brincando de nada fazer,
A não ser, ser você mesma,
Na inquietude ansiosa de querer sempre o novo.

O sofá, confortável não é, sem graça até,
O chão é mais rebelde, mesmo que em uma aristocrática pose,
Consegue brincar de fazer nada, com seu coração criança,
A figura que a íris captura não cansa tua imaginação, que dança,
Através de lembranças, combustível pra o futuro.

O scarpin caiu, a revista chegou ao fim.
A espreguiçada ronronada como a de uma gata, chama,
Para sonhar com passado e o futuro juntos, que nem queijo com goiabada,
Brincando de fazer nada.

sábado, 15 de setembro de 2007

RECEITA PARA O NÃO JUÍZO.

Receita Para o Não Juízo. ( Fábio Terra)

Não ter juízo é fácil.
Pegue um pouco de inconsequência,
Adicione à ela uma pitada de rebeldia,
Misture com uma certa malandragem no olhar,
Jogue bastante charme,
Deixe esquentar até ferver o ego,
Aí coloca-se um pouco de arrogância junto à uma certa simpatia,
E pronto, sirva-o acompanhado de um bom vinho.

ESPERANÇA, PASSOS DEVAGAR ELA POSSUI.

Esperança, Passos Devagar Ela Possui. (Fábio Terra)

Andando devagar como se seus passos possuíssem
O peso do vento.
Em um tempo em que floresta, homens e criaturas
Viviam em harmonia.
A felicidade escorria por entre seus segredos,
Ainda leve escondia.
Em um último aceno a criação do mundo
Rústico, mas engrenado perfeitamente.

De um sopro nasceu o Dia, de um abraço
A Noite surgia, mas pedia amigas,
Estrelas vieram e refletiam
Apenas alegria.

O Sol veio em um grito, forte
De uma lágrima veio a Chuva
Que lavou nossa tristeza
Princesa Terra triste com o mundo
Que a fez chorar
Deixou como castigo, herança, para os homens
Triste de se pensar,
Apenas a esperança.

SEROTONINA MOFADA COM MORFINA.

Serotonina Mofada Com Morfina. (Fábio Terra)

Carmapazepina
Citalopram
Clonazepam
Lítio
Lexotan
Anafranil
Depakote
Rivotril
Aspirina
Cafeína
THC
Torazina
LSD
Serotonina
Tabaco
Morfina
Mofo
Raiva

SEXO
Religião
Madrugada
Risada
Lágrima
TÉDIO
Dia.

ANESTESIADO AS 4 DA MANHÃ.

Anestesiado As 4 da Manhã. (Fábio Terra)

Anestesiado às quatro da manhã,
Busco refúgio em teus braços,
Mas reclamas do odor da boemia
E pedes para mim, que fuja das estrelas.

A textura dos teus pelos ficou marcada em meus dedos,
Me fazendo lembrar do teu cheiro, perfumado,
Anestesiado às quatro da manhã,
Busco refúgio em teus braços,

E pedes para mim, que fuja das estrelas.
Mas reclamas do odor da boemia,
Sabendo que me impregna a pele como tatuagem,
E assim o refúgio de teus braços, não mais terei.

Anestesiado às quatro da manhã,
Reclamas do odor da boemia,
Busco refúgio em teus braços,
E sabendo que me impregna a pele como tatuagem.

Assim o refúgio de teus braços, não mais terei.
Até o cheiro da noite do meu corpo arrancar,
De minha pele tirar uma a uma, as estrelas,
Que nela ficaram.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

O ALIENÍGENA.

O Alienígena. (Fábio Terra)

O Alienígena desce da nave espacial,
Vem de longe, e sobe a rua em um domingo de carnaval,

Fica pasmo, ninguém o testemunha,
Desfila com espanto junto a uma chuva
De confetes de jornal, das manchetes de ontem,
Que caem sobre a rua.

O Alienígena desce da nave espacial,
Vem de longe, e sobe a rua em um domingo de carnaval,

Sua fantasia de tão verdadeira passa despercebida
Desfila o seu espanto, mas sem compasso, sem samba
Trejeito estelar de desengonço, não cansa de observar.

O Alienígena desce da nave espacial,
Vem de longe, e sobe a rua em um domingo de carnaval.

O bumbo marca o ritmo do andar,
Ele sobe contra o bloco dos eufóricos,
E de mão se dá com a banda dos Barões da Rua Esquecida.

O Alienígena desce da nave espacial,
Vem de longe, e sobe a rua em um domingo de carnaval.

Piscam luzes, em um pobre cenário popular,
Lembranças da Lua, na rua? Aí está, Colombina a rebolar,
O alegórico carro passa como se uma nave fosse
Nua nau interestelar.


O Alienígena desce da nave espacial,
Vem de longe, e sobe a rua em um domingo de carnaval.

O Arlequim triste pela Colombina não está,
Colombina pela mão convida o Alienígena,
Para um ménage a trois, carnaval, festa popular!

O Alienígena desce da nave espacial,
Vem de longe, e sobe a rua em um domingo de carnaval.

O bumbo descadencía, diminui a alegria,
A Banda dos Barões da Rua Esquecida,
Toca sua última marcha vazia,
Acabou a farra Colombina.

O Alienígena sobe na nave espacial,
Volta pra longe, sobe pra Lua,
No final do domingo de carnaval.

domingo, 19 de agosto de 2007

BRINQUEDO DE SE LER.

Brinquedo De Se Ler (Fábio Terra)

Silencioso, o escuro da clausura,
Leva-me daqui até as arbitrárias palavras,
Que em movimento cognativo transformo,
Em brinquedo de se ler.

Em dedos atrasados,
Que sofrem para apreender as letras,
Onde mais tarde, na tarde do fim do dia
Transforma-as em brinquedo de se ler.

Acabou - se a Coca – Cola,
Acabou-se o pão murcho com manteiga,
Acabaram-se as horas,
Acabou-se a noite.

Chegou o dia, e com ele,
O desejo do amigo Sono.
Onde mais tarde, na tarde do fim do dia
Transforma a noite, em brinquedo de se ler
Na madrugada enclausurada,
Apenas iluminada pela luz do kitchie abajour clichê.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

SAUDAÇÃO.

SAUDAÇÃO (Ezra Pound)

Oh geração dos afetados consumados
e consumadamente deslocados,
Tenho visto pescadores em piqueniques ao sol,
Tenho-os visto, com suas famílias mal-amanhadas,
Tenho visto seus sorrisos transbordantes de dentes
e escutado seus risos desengraçados.
E eu sou mais feliz que vós,
E eles eram mais felizes do que eu;E os peixes nadam no lago
e não possuem nem o que vestir.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

UM SEGUNDO ANTES DE TOCAR AS NUVENS.

Um Segundo Antes de Tocar as Nuvens (Fábio Terra)

I
Sangria desatada, que percorre meu coração preguiça,
Não bate a toa pelo amor sem mácula, vicia,
Na tarde escura para os meus olhos nada mais conta,
Um grito calado por dentro, redemoinho perverso por dentro se inicia.

O que se deve fazer, antes de conseguir o paraíso,
Existe tal condição, talvez em estado letárgico,
Anseia o pulso pela ausência de vida,
Um segundo antes de tocar as nuvens.

O barco que me foi dado no passado,
Lotado de felicidade, hoje me leva daqui,
Até mares mais caudalosos.
Fechos os olhos espero sedento o fim que não vem.

Um último gole junto às ninfas nuas e belas,
Com carinhos relaxantes, coração ofegante,
Num último suspiro de coragem.
Será mais fácil dormir e sonhar pra sempre?


II

Abram-se olhos, luta contra a falta de vontade,
A espada embainhada da vida me espera para a última luta,
Galhofando da minha podre covardia,
Mais um gole, o torpor aumenta.

O odor do fim se prende à minha fraqueza,
Um comprimido leva ao paraíso
Sou forte por tentar, ninguém tenta, a lenta fria pedra,
Alguns conseguem o alento sem volta, junto às sombras

Já fora melhor o mundo, mas isso era a infância,
É inevitável, o coração cansa, quando se cresce,
O Infante dentro de mim grita egoísta e orgulhoso
Alguém lhe deu ouvidos, não, apenas mais uma piada infame.


O som do clarim chega, símbolo das nuvens ecoa,
Hora de partir, mais um gole, quero ser feliz ao menos no final,
Fui envenenado pelas palavras, ah palavras felizes, palavras tristes,
Chega! Meu desiluminado coração misterioso não será de ninguém.

III

A aurora chega, corpo cambaleia, mais um gole,
Não quero suas orações, farto estou,
Contento-me com vossa confiança, pois esta é mais difícil,
Ignaro amigo, foste o poço de minhas lamentações.

Possuí todos os talentos, comigo irão eles,
Fiz mulheres felizes, provoquei inveja aos homens,
Ah! santa inveja que nos mantêm fortes diante daqueles,
Que me observaram durante essa vida sacal.

Cansei, mais um gole, mais ninfas, mais luxúria,
Ah Santa Luxúria, Santo Pecado preciso desses momentos, preciso de agrado.
Já fui a todos os lugares, uma nova viagem me aguarda,
Divertida será? Não terá essa, a volta.

Satã és um embuste com seu tridente,
Onde estás o teu sangue e o fogo,
Se não nas estórias de Carocha,
Jesus sempre foi mais polêmico,


IV

Perdi a carruagem do tempo,
Não tenho mais nada a fazer,
Minha música não toca mais,
Amigos, não os quero agora, saiam e divirtam-se para mim.

Esperem minha derradeira partida,
Não comentem minhas loucuras em vão,
Caretas de plantão fiquem longe do meu panteão,
Nuvens me dêem suas mãos.

Mais um generoso gole, antes de sorrir,
Não vejo flores nem salmos no céu aberto,
Recebido serei? só batendo à porta saberei,
Ao sol das Hespérides.

Exausto estou, como os meus pensamentos,
Anjos têm sexo? Espero que sim,
Que lindas Anjas me levem,
Pelas suas mãos até o fim.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

DOPE.

Dope (Fábio Terra)

A noite sempre começa chamando de mansinho,
Colocando idéias em nossa mente, brain storm,
Contra o fardo, a marcha, o tédio e a razão
Porque não?

Soldados da caretice se colocam a sonhar,
Enquanto nós começamos a confabular,
Quem? Precisamos adorar,
Qual? Santa imagem atacar.
Que corações destruir, pisar.

Soldados da malandragem se colocam a correr,
Justiça é melhor evitar ou dar as mãos,
A noite já nos chamam pro seu exército, ocioso,
Abarrotado do maravilhoso, luzes e novas belas.

Mas como todo bom exército,
É preciso seguir em frente,
Acabar com a derradeira inocência,
A moral, a decente carapuça,

Que mentira devemos sustentar.
Vamos apenas olhar as luzes,
E estrelas acharemos que elas são,
Vamos apenas olhar as luzes,
E dopar nosso coração.

Dopar virar nuvem no ar,
Até a noite acabar,
Dopar virar nuvem no ar,
Até o fôlego acabar,
Dopar virar nuvem no ar.
Sem ter onde ficar,
Dopar, dopar, dopar,
Virar nuvem no ar.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A MACULAÇÃO DOS SENTIMENTOS LUXURIANTES.

A Maculação dos Sentimentos Luxuriantes. (Fábio Terra)

O sol penetra no quarto outrora escuro,
O descanso da virgem após as núpcias,
Falam por si só.

De resguardo ficaste a noiva sem conhecer,
A serpente loquaz que trouxeste o sorriso,
Que instigasse a esfera que nascia,
Repartindo nua o pecado da áspera maçã.

Ainda sente, a pura ninfa, o vento da primavera,
Flutuando as estrelas no vazio.

O sol penetra no quarto agora claro,
O desejo de ser mulher foi consumado,
Não vistes fadas nem tão poucas estrelas,
Só corpo em cima de corpo,
Encantamento do efêmero romantismo.

O sol penetra entre tuas coxas, agora sim de mulher,
E nesse momento ornamental,
Onde sepultas o pássaro da virtude,
Rides de canto de boca, pensa e insinua.

Que talvez pudesses ter experimentado antes,
A maculação dos seus sentimentos mais luxuriantes.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

POEMA DO TEMPO.

Poema do Tempo (Fábio Terra)

De tempo em tempo,
O tempo se vai,
Atrás de um tempo,
Que o próprio tempo,
Vindo em um vento,
Na na própria curva do tempo se desfaz.

Tempo é tudo que o tempo tem,
E tudo que o tempo tem,
É o tempo que lhe contém.
Mas concordamos que o Tempo não espera ninguém.

Dizer sobre o tempo,
É ao mesmo tempo falar do tempo
Que não espera ninguém,
Que corre pro futuro,
E guarda o passado em um atemporal backup.

E se o tempo parasse?
No beijo mais gostoso ou no abraço mais quente,
Nessas horas o tempo corre deixando a nossa faculdade entre,
O passado do beijo e o futuro da conquista certa.

Talvez.

domingo, 8 de julho de 2007

SANTOS BARÕES.

Santos Barões (Fábio Terra)

Ricos Barões que tomam minha terra,
Mestres e oficiais do tesouro,
Magistrados que detêm as leis,
Todos campônios ignaros.

Quanta eloqüência de tais parlapatões,
Estúpida inteligência de gosto duvidoso,
E falam dos criminosos,
Como se não conhecessem a própria linguagem,

Mas tão pérfida é minha língua,
Que até agora protege minha preguiça,
Pois nesse Estado catártico também sou Barão,
Com meu corpo mais ocioso que um sapo.

Ora, ora, falsos Barões eleitos pelo povo Ignóbil,
A mão que empunha a pena que escreve as leis,
Equivale à mesma que guia o arado, esquecido de lado.

Mãos sujas no Senado! nunca existiram,
Emplumados lavam suas mãos,
O fantasma de Pilatos os protege
Mãos sujam de terra, no Senado, nunca existiram
O fantasma de Pilatos os proíbem.

E viva as luzes da ganância de nossos baroezinhos,
Viva a cólera, a luxúria, magnífica luxúria,
Viva, sobretudo a mentira e a preguiça.

Repugnam os criminosos, com sua honradez à mendicidade
Como se eles próprios santos fossem.

sábado, 7 de julho de 2007

BELALINDA.

Belalinda (Fábio Terra)

Lesmolisas transitam pelo silencioso musgo,
Trazendo notícias de um novo mundo,
Para Belalinda, princesa presa na torre.

Cavaleiros entram com suas armaduras reluzentes,
No pátio do castelo, onde sempre é noite,
E estrelas sobem a cada passo batido no chão.

Sob informações confidenciais de um astrolábio, Belalinda,
Sente seu coração sair pela boca,
Segura em suas mãos sua paixão, presa na torre,
Onde seu amor virara profissão.

Quem irá conseguir guardar seu coração,
O cavaleiro mais destemido,
O cavaleiro mais afortunado,
O cavaleiro mais apaixonado.

Sir Agador nobre de alma,
Bate com força, do seu cavalo as patas no chão,
Pátio anoitecido do castelo adormecido acorda.

Estrelas começam a subir,
Coragem, coragem, coragem,
Escolhe dentre as estrelas as mais brilhantes,
Em súbito salto prende-se à elas,
Subindo até a torre com sua espada embainhada,

Segura o coração de Belalinda na mão,
E o esconde, em uma caixa dada por um bruxo pagão.

Agora o coração de Belalinda é de Agador, dono de seu amor
E as Lesmolisas apenas olham em seu redor.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

ME DESCULPEM.

Me descupem os mais severos, sei que minha poesia, se é pode ser chamada de poesia, não é lá grande coisa, um dia chego até lá, maquinação da escrita, a manipulação dos sentimentos pela palavra. Por hora coloco no papel rascunhos da minha memória, um tanto enebriada, cheia de noite e boemia barata dos bares da cidade, mas um dia hei de melhorar e assim não ficarei mais uma onça com que escrevo. Mas arrependido não sou, se coloco não tiro, posso arrumar de vez em outra. Ma se não melhorar, quem sabe vira estilo ou não vira nada, mancar eu não vou.

Eita mundo complicado....

JARDIM DOS OLHOS VERDES.

Jardim dos Olhos Verdes (Fábio Terra)

O jardim cresceu, assim como o céu em chuva desceu,
Vistosas flores coloridas pelo sol, finalizadas pelo seu toque,
Assim como seu rosto desenhado por Deus.

A chuva, a grama, as flores, seu toque ingênuo e febril,
Rabiscando cores com seus verdes olhos,
Através do vento, que traz o silêncio,
Que sempre fica escondido nos olhares amantes.

Verdes olhos, como verde é o jardim,
Contrastando com as cores das flores,
Que repudiam o cinza, o fim.

Que se multiplicam através do Cinza Concreto,
Do mundo humano, desumano,
Mundano que têm o vermelho como Rei Cor,
Soberano vermelho de paixão e amor.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

INFÂNCIA I

Infância I (Fábio Terra)

Nasci ao meio dia no dia de São Francisco,
Desde o começo correndo risco, calor suor
Escorreguei da mão do médico preocupando minha mãe
Desde o primeiro segundo.

Fui pego no ar preso pelo cordão umbilical,
Já era natural, Bungie Jump.
Como manda o figurino fui mandado ao berçário,
Coisa chata, sem agitação, jogava meu cobertor azul no chão,
Só pra pode ver a enfermeira vir me enrolar.

Fui uma criança comportada, daquelas que tomava gemada,
Talvez daí venha uma incerta revolta, ninguém come chuchu por que quer,
Toda manhã me chamavam e eu via aquela colher com sua gosma amarela, sem graça
E sem graça, comia mesmo na raça.

Meus amigos, oras quem tem amigos antes dos quinze,
Principalmente em colégio de padres onde não se pode conversar.
Mas me lembro que de onde morava podia se escutar a banda marcial tocando todos os domingos, rítimos cordiais e marcantes.
E até hoje me lembro de todas as melodias junto com céu azul que iluminava a minha infância.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

DEIXA.

DEIXA (Fábio Terra)

Deixa eu te amar, como ninguém te amou,
Deixa eu beijar, como ninguém te beijou,

Deixa eu sujar teus ouvidos com os meus elogios,
Deixa eu jogar os meu s beijos no teu destino.

Deixa eu pegar na tua mão, pra te mostrar o céu
Pra te desenhar com os meus lápis Faber-Casttel
Deixa eu esquentar o seu coração tão frio,
Pra te mostrar a minha coleção de Playmobil.

Deixa eu sujar teus ouvidos com os meus elogios,
Deixa eu jogar os meu s beijos no teu destino.
Música gravada por Jerry Espíndola, no CD Vértice

BEIJANDO NA BOCA, O LIXO.

Beijando Na Boca, O Lixo (Fábio Terra)

Como poderá o animal que me habita
Cuja mágica forma, não explica,
Tal desenho nebuloso que sem prumo rabisca.

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão sempre promíscuo.

Mais forte que sentir medo
É o desejo de controlá-lo,
Expulsa-lo, de minha alma expurgá-lo

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão sempre ofensivo.

A esfera intacta de meu alento
Como numa noite de putas sem nomes
Procuro atento o orgulho que me engole
Sufocado pelo ar.

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão muitas vezes triste.

Minha vida é assim
Doida para você, necessitante para mim.

Beijando na boca o Lixo,
Voando alto sem me preocupar com o risco,
Com o tesão muitas vezes sem fim.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

MELISSA VAI À ESCOLA

Melissa Vai À Escola (Fábio Terra)

Andando em passos miudinhos, porém certos,
Sorrindo altivamente, de uniforme como manda a tradição
Lancheira na mão, mãe com aperto no coração,
Esperando o sinal tocar.

Andando em passos miudinhos, porém decididos,
Olhando os aviões que passam silenciosamente, batendo asas,
Lancheira na mão, pai escondendo a emoção,
Esperando o sinal tocar.

O caminho curto, para seus passinhos miúdos,
Um novo tempo, uma nova hora
Agora, os passos largos da vida escolar,
Esperando o sinal tocar.

Cabelo no rosto preocupado em ser curioso,
Sorriso sério, mundo estranho, papai não quer te deixar!
Mas é preciso a estranheza compreender e com ela brincar,
Esperando o sinal tocar.

Novos amigos, professora de braços abertos,
Uma aceno sem graça, papai e mamãe bobocas com o coração na mão,
E assim com se fosse a dona da vez, a dona da bola,
Melissa vai à escola.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

QUAL TUA TEXTURA.

Qual Tua Textura? (Fábio Terra)

O que te dá medo?
Quais são suas alegrias?
Qual a cor do teu corpo?
E sua alma de que cor seria?

Linha reta, linha torta,
Qual linha você seria?
Você está mais pra sombra?
Ou para, um dia claro sem chuva, com brisa Maria.

Apresenta tua marca!!
É um forte brasão?
Qual é tua textura?
E tua composição?

É feita de macio com um tom apimentado,
Dever cumprido roboticamente calado?
Ou de Raiva, Amor e uma dose desarmoniosa de Pecado,
Como eu.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

O VENTO DAS BOAS NOVAS.

O Vento das Boas Novas (Fábio Terra)

O vento das boas novas veio me avisar,
Que tudo, um dia, iria mudar,
Eu como um tolo com sorriso largo, me pus a acreditar,
Que tudo, tudo realmente iria mudar.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra me acalmar.

Noite escura, pra mim é sempre dia,
Não tenho certeza se todos os loucos são mesmo filhos de Deus,
Indago o meu próprio ser, o meu próprio eu,
Eu tomo uma aqui, eu uso outra ali,
Mas, nunca sei aonde vou cair.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra me ouvir.

Eu tenho as feições de um estúpido,
Entalhadas bem na minha cara,
Para esconder, talvez, meu jeito brilhante, arrogante,
Confundindo os seus temores.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra tirar as minhas dores.

Como um surdo e insensível andei,
Procurando desculpas em uma manhã madrigal,
Tão cansado estou, que nem o sol consigo ver,
E o vento que bate em meu rosto não consegue me acordar.

Agora eu estou sentado na varanda,
Com dois amigos e Deus pra me segurar.

terça-feira, 22 de maio de 2007

SOMBRAS SEJAM MINHAS AMIGAS

Sombras Sejam Minhas Amigas (Fábio Terra)


Sombras sejam o meu travesseiro,
Peguem minha cabeça e me façam dormir.

Sombras sejam a minha companhia hoje a noite
Façam a minha mente sonhar
E o meu sonho voar.

Sombras me cubram de todos os perigos
Para que nesse silêncio tão cândido,
Possa, protegido ser, dos homens que guardam a torre.

Sombras sejam minha amigas
Na graça da escuridão,
Deixe-me com meus dedos tocá-las.

Sombras tirem de mim os meu medos.
Sorte é crendice popular,
Mas mesmo assim me faça nela acreditar.

Sombras sejam o meu travesseiro,
Peguem minha cabeça e não me façam chorar.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

OLHOS RETINTOS.

Olhos Retintos (Fábio Terra)


Você é apassionante, o amor te avassala,
Vai!? Nau, não conseguimos ver tudo que há que pra ver
Neste lugar a oeste do comum, deveríamos esquecer,
O lugar onde crescemos,
Pelo menos uma vez, pelo menos até o amanhecer.

Você é apassionante, o amor te avassala,
Fecharia os olhos e dançaria, na sala clara
Como um homem cego, dançaria no escuro,
Com seus olhos retintos, seguindo apenas o coração, o pulso, e o impulso,

Pelo menos uma vez, pelo menos até o amanhecer.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

O RELÓGIO CRIANÇA.

O Relógio Criança. (Fábio Terra)

Tic, Tac, o relógio bate,
Bate o relógio Tic, Tac,
Mostrando-nos as horas sem parar.

Sem parar, ele nos mostra as horas,
Fazendo Tic, tac,
Tic, Tac e dizendo,
Quando começar.

É hora de se dormir,
E não de se começar
A entender o Tic, Tac,
Que o relógio faz sem parar.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

A CADA PASSO QUE EU DOU.

A Cada Passo Que Eu Dou (Fábio Terra)

A cada passo que eu dou
Eu aprendo coisas diferentes

Meu coração bate como
Se estivesse enfeitiçado

E ele mirava ao sol
Sempre que se levantava das montanhas

E vinha me dizer,

- Fuja para onde eu te levar,
Mesmo que a chuva quente comece,
Fuja para onde eu te levar.

sábado, 12 de maio de 2007

POEMA DO ÍNDIO.

Poema Do Índio (Fábio Terra)

O Índio dormia olhando as estrelas,
Então, se apaixonou pela mais bela delas,
E com o seu coração na mão pediu para a palmeira mais alta.

Palmeira.... me leva pro céu!

Palmeira cresceu ainda mais,
E levou o Índio, banhado em paixão e coragem,
Subindo para uma última viagem,
Para a estrela mais bela, seu único e verdadeiro amor.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

A NATUREZA DO JUÍZO

A Natureza Do Juízo (Fábio Terra)

A verdadeira noção do juízo,
O ato essencial da inteligência, lógica bruta, criatividade.
E só o juízo assegura a posse da verdade,
Mas o verdadeiro só se percebe,
Quando o espírito afirma, ríspido,
De que fato existe, o fato
Que é poder perceber,
Coisas tais como elas são, na realidade sã.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

CANÇÃO PARA UMA BELA

Canção Para Uma Bela (Fábio Terra)

Teu dorso lindo em mim,
Provoca.
Libertinos pensamentos no meu corpo,
Sedento por afagar tuas costas,
Morder tua nuca e puxar os teus cabelos.

Chegar até seu coração por entre teus seios.
Minha mão, segura e firme,
Deixa os meus pensamentos se transformarem em paixão,
Movimento.

Apertando-te,
Forte,
Por trás, para que sinta o meu corpo,
Rijo, bruto,
Um convite para que deixe que me enrole em cima de tua alva pele.

Mordendo tua boca, acariciando nervosamente tuas ancas,
Secando o meu suor em teus cabelos.

Só então beijo-lhe os pés e subo com o calor da minha língua,
Sugando tua vulva, quente e macia.
Para explodir em um gozo mais que merecido, por te domar
Sem dor, mas com calor, amor e carinho.

POR QUE TEU BEIJO VICIA?

POR QUE TEU BEIJO VICIA? (FÁBIO TERRA)


ELA QUER VINGANÇA
POR UM CORAÇÃO PARTIDO
OLHA O CÉU E PENSA
QUE UM CORTE PODE SER DIVERTIDO

ELA QUER VINGANÇA
E SORRI TODA POR DENTRO
ESPERANDO O MOMENTO CERTO
PRA ACERTAR MEU CORAÇÃO BEM NO CENTRO

ELA OLHA NO FUNDO DOS MEUS OLHOS
E NÃO PERCEBE O MEU SORRISO POR DENTRO
SEU ATAQUE FOI EM VÃO, SEM CORTE SEM DIVERSÃO
SEU OLHAR EXPOSTO COMO SANGRIA, A BOCA SECA ME PERGUNTA E GRITA
POR QUÊ? TEU BEIJO VICIA

ELA QUER VINGANÇA
ME PROCURA FINGINDO NÃO ME ACHAR
TEM MEDO, QUER COLO COMO CRIANÇA
UMA MÃO PRA NÃO SE SOLTAR

ELA QUER VINGANÇA
E EU POR AÍ , RINDO DE MIM FELIZ
BENZINHO A VIDA É ASSIM
UMA DANÇA ATRÁS DA OUTRA , FIM

ELA OLHA NO FUNDO DOS MEUS OLHOS
TENTANDO ENXERGAR
SEU ATAQUE FOI EM VÃO, SEM CORTE, SEM DIREÇÃO
MEU SORRISO FOI SEM PERDÃO
ELA CHORA, ELA CAI, NÃO CONSEGUE ESQUIVA
ELA GRITA, POR QUÊ? TEU BEIJO VICIA.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

POEMA DA DOR

Poema Da Dor (Fábio Terra)


Não tenho esse humor porque quero, mas por precisão,
Outrora caminhos percorridos apenas com amor,
Me levaram diante da mais pura dor.

Foquei-me apenas na ferida, ainda úmida e quente,
Senti-la, pude eu, quando minha língua a tocou
Estranho paladar, o sangue corre livremente.

Não tenho esse rancor porque quero, mas por precisão,
Outrora caminhos percorridos apenas com amor,
Me levaram diante da mais pura dor.

Inveja é doença? Pra alguns é crença,
Senti-la, pude eu, quando minha língua a tocou
E doente fiquei sem crer.

No amor, na ferida, no fino veio de vida
Que culpa tenho eu?

Não tenho esse humor porque quero, mas por precisão.

POEMAS CHINESES

Poemas Chineses (Cecília Meireles)


A verde montanha se estende para além da Muralha do Norte.
Brancas águas cercam a Muralha do Leste.
Quando aqui nos separarmos,
sereis a erva aquática vogando para grandes distâncias.

As nuvens errantes me farão pensar em quem viaja.
O sol poente me recordará do antigo amigo.
Já vos afastais e acenamos com as mãos.
Nossos cavalos, um para o outro, relincham tristemente.

terça-feira, 8 de maio de 2007

NUM BELO DIA, ME PUS A ESCREVER.

Num Belo Dia, Me Pus A Escrever (Fábio Terra)


Num belo dia
Me pus a escrever,
Detesto ler
Mas sei o quão é importante e insuportante
Tal ingênuo
Passatempo.

Num belo dia
Me pus a escrever,
Entediado com o dia, sem meio sem fim,
Importante meio
Que liga o fim ao começo
Do verso

Num belo dia
Me pus a escrever,
Tentando claustrofobicamente
Moldar, encaixar, construir a palavra em verso
Inebrio e concreto
Um tédio.


Num belo dia
Me pus a escrever,
Certo que o torto é certo
Tão torto que se faz meu verso
Preso dentro de mim, escorrendo por meus dedos
Mas, meu verso.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

5:45

5:45 (Fábio Terra)

Sobre a grama molhada,
Com o orvalho da manhã.

Sigo com passos lentos protegidos pelo Sol
E sinto a grama crescendo, umedecida.

E eu escuto a música que o Sol
Canta quando bate em mim.

O ÚTERO DE MINHA MÃE

O ÚTERO DE MINHA MÃE (Fábio Terra)

Gritei!
Quando Minha primeira casa deixei,
O útero de minha mãe.

Assim,
Quando acordei na minha primeira manhã
Estranhei o que vi, o que enxerguei.

Mas logo chorei,
Por leite, colo e carinho
Egoísta como um artista
Que implora aplausos numa tarde de domingo.

Só então dormi,
Sem entender, nem saber e sem sonhar,
Pra depois, acordar.

No meio da noite , no mundo, sozinho,
Gritar!
Sentindo falta do útero de minha mãe.
Meu primeiro lar.

CONTRA MÃO

CONTRA MÃO (Fábio Terra)

Os barões continuam a beber em seus copos de cristais,
E eu caminho olhando as luzes do centro da cidade
Me chamando, seduzindo com seu sedutor toque “Noir”
Cheio de putas, drogas e estórias pra contar.

E esses mesmos barões me convidam pra beber.
Seu mais caro “Cabernet”
Mas eu cuspo contra o tédio, andando na contra mão
Contando as minhas estórias
Cheias de putas, mentiras e drogas impregnadas em meu coração.

Andando na contra mão, sem ouvir a gritaria
Brigando com o certo, esmurrando a certeza
Correndo no meio da rua, sem ouvir a gritaria
Brincando com o tempo, espremendo minha cabeça

Os caretas têm suas caras fechadas
E suas roupas emplumadas, mal cortadas
Os “Bundões” se declaram, como donos de tudo
E eu ando contra, reclamando de tudo, verdade isso é.

Indo na contra mão, sem ouvir a gritaria
Brigando com o certo, esmurrando a certeza
Correndo, cansando, enraivecendo
De joelho para o amor
Mas de punhos cerrados para a dor.

O CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA

O CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA (Fábio Terra)

Eu, O Cavaleiro Da Triste Figura,
Não me espanto com gigantes e angústias.

Porém ao ver teu sorriso, caio de joelhos,
Percebo os teus olhos, sinto-me alvejado
Pelo medo ardil e mascarado.

Eu, O Cavaleiro Da Triste Figura,
Não me espanto com gigantes e angústias.

Mas ao ouvir tua voz, queima-me por dentro,
O fogo da vontade de ser servo sem perguntar,
de deixar de ser livre sem lutar,
E de deitar em seu colo e chorar.